"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."

Amor é Prosa, Sexo é Poesia.


São 36 crônicas que questionam o comportamento humano num tom nostálgico e desiludido que nos faz viajar no tempo e mesmo para quem não vivenciou a época narrada remete a um desejo de mudança e a saudade de um tempo em que as pessoas acreditavam em suas ideologias e viviam imersos a planos quase utópicos para um país diferente, seu inconformismo com o que o mundo se transformou é exposto em cada história, sempre com seu humor fino e levemente sarcástico, mas sem dúvida muito inteligente. Com suas críticas, ele atua como um historiador da atualidade. O livro serve como um resumo reflexivo dos fatos mais importantes do início deste século, abordando temas como a pedofilia entre os padres, o assassinato dos Richthofen, a arrogância de George W. Bush e a mudança trazida pelos fundamentalistas da Al-Qaeda. Ainda nos abre um pouco de sua vida e nos dá a oportunidade de enxergá-lo como uma pessoa comum, acima de sua figura popular. É alguém que enxerga, mas não aceita a estupidez de uma sociedade consumista com sua cultura de espetáculos, bundas e peitos siliconados. Ele brada e ataca, na tentativa de sacudir uma nação anestesiada e assim tenta fazer com que as pessoas enxerguem a absurda ilusão que estão vivendo. Seu olhar é sempre comparativo: amor é isso, sexo é aquilo; antes era assim, hoje é desse jeito e nos dá a sensação de que o passado de tudo e de todos sempre parece melhor. É uma boa opção de livro para ser lido aos picados, sem comprometimento ou preocupação de se chegar ao fim, e por serem textos avulsos e isolados um dos outros ele nos possibilita este prazer.
Autor: Arnaldo Jabor, cineasta, colunista, critico de teatro e comentarista do jornal nacional.
Editora:Objetiva.
Gênero:Crônicas.
Pagns:197.
Ano:2004.

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