"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."

Cães de Guerra.

“Cães de guerra", o terceiro livro escrito por Frederick Forsyth, teve como origem as observações in loco sobre a Guerra de Biafra, de 1967, um episódio decisivo na vida do autor. Encarregado de uma série de reportagens pela BBC de Londres, onde trabalhava, não aceitou as orientações recebidas, entrou em conflito com seus chefes e perdeu o emprego. Foi quando decidiu tentar a sorte como romancista. Os amigos procuraram dissuadi-lo da idéia, alegando que ganharia muito pouco. Forsyth, já milionário, recorda: "Eram bons conselhos, mas nunca tomei conhecimento dos bons conselhos que me deram pela vida afora".
Maduro, cabelos curtos e anelados começando a ficar grisalhos, Frederick Forsyth leva hoje o tipo de vida que parece a justa recompensa pelo esforço de criatividade que lhe exigiram seus três primeiros livros. Ele esclarece que, na verdade, para fazer fortuna, precisou passar apenas cerca de cem dias diante da máquina de escrever: trinta e cinco dias para "O dia do Chacal", de 1971 (já publicado pelo Círculo), e outros tantos, respectivamente, para "O dossiê Odessa" e "Cães de guerra". Mas os trabalhos de pesquisa levaram bem mais tempo.
Frederick Forsyth é inglês de Ashford, Kent, onde nasceu em agosto de 1938. Alistou-se na Real Força Aérea aos dezessete anos e foi, por algum tempo, o piloto mais jovem da aviação inglesa. Voltou-se, então, para o jornalismo e, depois dos primeiros passos na profissão, seguiu para Paris como correspondente da agência de notícias Reuters.
Essa experiência forneceu-lhe o material para o romancista incubado que havia em seu íntimo. Foram anos que lhe abarrotaram a mente com personagens, incidentes e detalhes técnicos, todos devidamente transportados para suas obras.
Depois do sucesso dos três primeiros livros, um por ano, Forsyth decidiu afastar-se da literatura. Pensou em comprar um avião, pilotá-lo pelo mundo e talvez regressar ao jornalismo. Entretanto, casou-se com uma irlandesa e foi morar em Alicante, na Espanha (entre outras coisas para escapar dos pesados impostos cobrados pelo governo inglês). Seu retiro durou o suficiente para que se entediasse: de 1974 a 1978. Foi quando saiu do refúgio para "trabalhar uma idéia", viajando para Moscou, Escandinávia e Estados Unidos. E o resultado da "idéia" foi seu quarto e primoroso livro: "A alternativa do Diabo" (publicado pelo Círculo). Depois vieram "Sem perdão", "O pastor", "História de Biafra", e o recente "O quarto protocolo", todos grandes sucessos pela escolha de temas, dedicação à pesquisa e pelo grande talento literário demonstrado.

Editora: Circulo do livro.
Gênero: Guerra.
Autor: Frederick Forsyth.
Págnas: 392. Ano: 1974.

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2 comentários:

Unknown disse...

Forsyth é mesmo um escritor fantástico que nos deixa sempre com o sentimento de "quero mais". Há nas suas páginas um realismo que somente a vivência nos meios "adequados" confere. Aliado a isto o talento de escritor se revela pleno nas tramas e na forma como se desenrolam. O considero o melhor em seu gênero. Parabéns por destacar suas obras iniciais.

Unknown disse...

um excelente livro que li pena que não foi transformado em filme