"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."
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A Elite do Atraso.

Da escravidão à lava Jato #farsaJato
Um livro que analisa o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão.
Ideias velhas nos legaram o tema da "Corrupção dos Tolos" só da política, como nosso grande problema nacional. Na corrupção real, no entanto, o problema central - sustentado por outras forças - é a manutenção secular de uma sociedade desigual, que impossibilita o resgate do Brasil esquecido e humilhado. São essas forças e sua agenda oculta que este livro pretende revelar: a nossa elite do atraso.
Depois da polêmica intelectual aberta pela obra A Tolice da inteligência brasileira e da contundência exposta em A radiografia do golpe, o sociólogo Jessé Souza descortina de maneira criativa e consistente o papel de nossas elites - do Brasil dos tempos da escravidão ao país da operação Lava Jato. O resultado é um livro surpreendente, forte, inovador, crítico na essência, com um texto aguerrido na forma e no conteúdo e leitura acessível. A elite do atraso mostra o pacto construído e sedimentado pelos donos do poder para perpetuar uma sociedade excludente e perversa, forjada ainda na escravidão.

"Quem controla a produção das idéias dominantes controla o mundo. Por conta disso Também, as ideias dominantes são sempre produto das elites dominantes. É necessário, para quem domina e quer continuar dominando, se apropriar da produção de ideias para interpretar e justificar tudo o que acontece no mundo de acordo com seus interesses."

 A Elite do Atraso - Da Escravidão á Lava Jato. é uma resposta crítica do sociólogo Jessé Souza a um Clássico: Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda, publicado em 1936 e eternizado por incontáveis intelectuais de todas as colorações ideológicas e partidárias. Todas as nossas elites universitárias foram formadas, na direita e na esquerda, por essa leitura, antes incontestada, do Brasil. Este livro é uma leitura crítica contra a interpretação dominante do país e de suas mazelas, difundida em "pilulas diárias" também pela mídia.
 Do "homem cordial" de Sérgio Buarque aos "donos do poder" de Raymundo Faoro., da visão de Estado corrupto e patrimonial á qual Fernando Henrique Cardoso se alinhou á figura do "jeitinho brasileiro" interpretada por Roberto DaMatta essa leitura ajudou a sedimentar a síndrome de vira-lata do brasileiro e a espalhar a ideia de que a corrupção política é o grande problema nacional - um problema que teria sido herdado especialmente de nossa formação ibérica. Daí o sucesso da operação lava jato numa sociedade ansiosa por remover os males instalados no Estado brasileiro.
 Essa é uma falsa ideia, diz Jessé Souza numa obra que reúne a revisão conceitual e acadêmica, o sociólogo lembra que A Raízes do Brasil é fundamental para entender o país da lava jato ou farsa a jato. A "limpeza da política" do procurador deltan dallagnol e do juiz sérgio moro, afirma Jessé, se legitima com Sergio Buarque e seus epígonos; a mídia (e em particular a Rede Globo) legitima sua violência simbólica do mesmo modo.
Para desconstruir essa legitimação "naturalizada" ao longo de décadas, A Elite do Atraso ataca três eixos bem definidos. Primeiro, toma a experiência da escravidão, e não suposta e abstrata continuidade com Portugal e seu "patrimonialismo", como a semente da sociedade desigual, perversa e excludente do Brasil. Segundo analisa como a luta de classes por privilégios construiu alianças e preconceitos que esclarecem o padrão histórico repetido nos embates políticos do Brasil moderno.
(Aqui o autor olha também a cultura, incluindo laços familiares e afetivos, e não apenas as relações econômicas, para compreender as diferentes classes sociais e explicar o nosso comportamento real e prático no dia a dia) Terceiro, Jessé faz o diagnóstico do momento atual, batendo forte no que chama de conluio entre a grande mídia e a lava jato.
 A Elite do Atraso é um livro para ser apoiado, debatido ou questionado. Mas será impossível reagir de maneira indiferente á leitura contundente de Jessé Souza aos nossos cânones acadêmicos e midiáticos.

"Estamos nos especializando em perseguir por métodos jurídicos pouco ortodoxos os suspeitos da "Corrupção dos Tolos" enquanto a corrupção real, do conluio entre mercado, mídia e corporações juridico - polícias do Estado, pode passar impune."

"Todo o esquema que operou no recente "Golpeachment" de 2016 já estava armado desde o segundo governo Vargas. Muito especialmente o tema da corrupção seletiva passa a ser usado sistematicamente já contra Getúlio Vargas com retumbante sucesso. Carlos Lacerda (O Corvo) e toda a mídia conservadora cerram fileiras e provocam comoção popular já se utilizando de dispositivos que hoje são conhecidos como pós-verdade, ou seja, a construção de versões sem prova com o intuito de produzir determinado efeito difamatório. Mesmo que a mentira se revele enquanto tal mais tarde, seu efeito destrutivo já foi realizado. O suicídio de Vargas a partir de comprovadas inverdades ditas contra ele mostra a eficácia do esquema." 

"O ódio fomentado todos os dias ao PT e a Lula produziu, inevitavelmente, Bolsonaro e sua violência em estado puro, agressivamente burra e covarde. Agora, uma população pobre à mercê de demagogos religiosos está minando as poucas bases civilizadas que ainda restam à sociedade brasileira. Essa dívida têm que ser cobrada da mídia que cometeu esse crime." 

"A esperança de hoje tem que ser uma adaptação contemporânea do velho chamado aos exploradores: Os feitos e imbecis de todo o país: uni- vos! Recuperemos nossa inteligência, voltaremos a praticar a reflexão autônoma que é a chave de tudo que a raça humana produziu de bonito e de distinto na vida da espécie. Afinal, tudo que foi feito por gente também pode ser refeito por gente."

"A elite não odeia os pobres, ela tem uma indiferença blasé, quer o dinheiro dela e pronto. Mas uma parte da classe média tem, sim, uma relação de ódio com om pobre."

"É necessário aprender com a nossa catástrofe que é recorrente. As falsas idéias existem para fazer as pessoas de tolas, posto que apenas os feitos de tolos dão de bom grado e volitivamente o produto de seu esforço a quem os engana e oprime. Sem uma crítica das idéias, não existe prática social verdadeiramente nova. A ideia central que nos faz de tolos é a de que nossa história e a história de nossas mazelas têm sua raiz no patrimonialismo só do Estado. Foi por conta dela que a Rede Globo e a Lava Jato legitimaram seu ataque combinado à economia e à sociedade brasileira."

Autor: Jessé Souza. (Sociólogo,  Filosofo)
Editora: Leya
Gênero: história, ciências sociais, economia.
Ano: 2017 Paginas: 239.

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Diário de Guantánamo.

Mahvish Rukhsana Khan é uma advogada americana, nascida no Estado de Michigan nos Estados Unidos, de pais afegãos. Enquanto cursava a graduação em advocacia, na Universidade de Miami, ela ficou indignada com a detenção ilegal de prisioneiros na Baía de Guantánamo. Com fluência na língua pachto e familiaridade com a cultura e os costumes afegãos, prerrogativas que nenhum outro advogado de defesa com autorização oficial possuía, foi rapidamente aceita como intérprete de detentos afegãos. Seis meses depois, em janeiro de 2006, encontrava-se a caminho da Baía de Guantánamo. Seu papel com os detentos ampliou-se rapidamente. Ela começou oferecendo-lhes aconselhamento jurídico supervisionado e viajou ao Afeganistão á procura de evidências para livrar os prisioneiros.

Nas mais de trinta viagem a Guantánamo, Mahvish entrou inesperadamente em contato com os homens que Donald Rumsfeld chamou de "os piores dos piores".

Ela levava-lhes chai starbucks,a bebida disponível mais semelhante ao tipo de chá que eles beberiam em casa, e aqueles prisioneiros, rapidamente, se tornaram seus amigos, oferecendo-lhe conselhos paternais, assim como uma percepção pessoal única de sua luta e da família de cada um, a milhares de quilômetros. A medida que o tempo passava, Mahvish começou a se perguntar se Guantánamo realmente guardava os inimigos mais perigosos dos E.U.A, mas, independentemente da inocência ou culpa dos prisioneiros, ela estava determinada a preservar o direito mais fundamental deles: um julgamento justo. Sua história é um teste desafiador, bravo e essencial para mostrar quem ela é, e quem somos nós.

Trecho:
É fácil tratar mal alguma coisa chamada número 1154.
É fácil raspa-lhe a barba, chutá-lo para um lado e para outro como um objeto, cuspir nele ou fazê-lo chorar.
É mais difícil praticar tais abusos quando o 1154 tem identidade: Dr Ali Shah Mousovi, um pediatra que fugiu do Talibã, que trabalhou para as Nações Unidas e encorajava os afegãos a participar e votar na nova democracia. É mais difícil odiar o 1154 quando você percebe que ele é mais parecido com você do que diferente.
É fácil olhar listas de números. Há centenas deles.

Antes de me envolver com Guantánamo, não tinha nenhuma opinião sobre se os detentos ali eram culpados ou inocentes, apenas achava que todos mereciam uma audiência justa e o devido processo.
Mas depois que conheci alguns e conversei com eles, e depois que li seus prontuários, comecei  crer que muitos, talvez até a maior parte, eram, como havia colocado Tom Wilner, homens inocentes que tinham sido preso por engano.

Fiquei realmente convencida quando soube das recompensas.
Muitos dos homens que conheci insistiam que haviam sido vendidos aos E.U.A, Durante a guerra pós 11 de Setembro, os militares dos E.U.A lançaram folhetos por todo o Afeganistão, prometendo entre US$ 5 mil e US$ 25 mil a qualquer pessoa que denunciasse membros do Talibã e da Al-Qaeda.
Considerando que a renda per capita no Afeganistão em 2006 era de US$ 300 anuais, ou US$ 0,82 centavos por dia, isso é como tirar a sorte grande. Sem dúvida, oferecer grandes somas como recompensa não viola qualquer leis internacionais. Mas quando o resultado acaba sendo a venda aleatória de centenas de homens para o cativeiro e depois a manutenção de presos sem os devidos processos, com base apenas em acusações inconsistentes, feitas por pessoas que se beneficiaram financeiramente, isso é, no mínimo, causa para preocupações- e para um novo exame de autos.

Quando os E.U.A começaram a bombardear, no final de 2001, milhares de afegãos fugiram para o país vizinho Paquistão. A polícia paquistanesa, guardas de fronteira e locais, todos ansiosos por meterem as mãos em grandes somas de dinheiro, capturaram centenas de homens. Era um grande negócio. O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, até se vangloriou disso em sua memórias,
"Na linha de fogo" "Recebemos recompensas totalizando milhões de dólares", escreveu ele, admitindo que seus agentes entregaram pelo menos 369 homens aos militares dos E.U.A,em troca do '' Prêmio em dinheiro" da agência central de inteligência (CIA). Ao receber uma saraivada de críticas por suas afirmações publicadas, Musharraf recuou rapidamente. Edições subsequentes de seu livro descartaram essa menção aos 369 homens e ao dinheiro da CIA.

Título:Diário de Guantánamo.
Subtítulo: Os detentos e as histórias que eles me contaram.
Autor: Mahvish Rukhsana Khan.
Editora: LAROUSSE.
Gênero: Prisioneiros de Guerra.
Ano; 2008. Paginas: 318.

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Um Muro na Palestina.

Na primavera de 2002, o governo de Israel início, na Cisjordânia "ocupada", a construção de um muro de mais de 650 quilômetros. Na maior parte do percurso, trata-se, na verdade de uma barreira. Não muito alta, uma tela de arame de 3 metros, mas muito larga, de 45 a 100 metros- espaço ocupado, dos dois lados, por arame farpado e um fosso para impedir a passagem de veículos. Tudo sob vigilância constante de câmaras e outros sistemas eletrônico de detenção.

Para os israelenses, a obra é uma "barreira de segurança", que se destina a impedir a entrada de terroristas palestinos. Para os palestinos, trata-se de um "muro de separação", ou ainda um "muro de anexação": uma nova fronteira imposta pela força a fim de incorporar territórios palestinos, de modo que colônias localizadas ali se tornem aldeias de Israel, em uma irrecuperável expansão do território israelense, sem qualquer legitimidade internacional.

Para tratar de tema tão controverso e fundamental para o entendimento desta região complicada, o jornalista francês René Backmann realizou um amplo trabalho de pesquisa histórica, documental, cartográfica e jornalistica sobre a estrutura e o funcionamento complexos das sociedades palestinas e israelense. Entrevistou dirigentes políticos e militares envolvidos na concepção, construção e administração cotidiana do muro-barreira, assim como políticos locais, moradores e universitários israelenses e palestinos. O resultado é uma obra muito bem fundamentada e de escrita clara e envolvente, geradora de sérias reflexões sobre uma questão central: o muro na Palestina é uma barreira contra o terrorismo ou uma barreira contra a paz?

Barreira ou Muro? in loco, a escolha, ditada oficialmente por motivos técnicos, cabe ao exército. Através das palavras, ela revela mais uma vez visões diferentes, se não antagônicas. De acordo com os documentos oficiais israelenses, os militares e os responsáveis pela segurança, a obra em construção é uma 'barreira de segurança'. Para os palestinos. é um 'muro de anexação'. As organizações e israelenses que se opõem a sua construção (tal como tem sido decidida até hoje) falam de 'barreira de separação. Varias organizações palestinas a batizaram de 'muro do apartheid'.
Em seu parecer consultivo de julho de 2004, a Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas decidiu usar a palavra 'muro' para designar todo o conjunto do muro -barreira.

"Por que dedicar um livro a essa iniciativa? porque, como tantos de meus amigos israelenses e palestinos, eu acreditei na paz quando da assinatura dos acordos de Oslo e pude testemunhar, com eles, o naufrágio do processo de paz, porque não consigo acreditar que aquilo que o mundo inteiro, ainda ontem, viu com alegria desmoronar em Berlim possa ser uma solução, amanhã, em Jerusalém".
                                                                                                 René Backmann.

"O grande problema de muitos israelenses, inclusive do 'campo da paz', que apoiam as posições de Sharon é que nunca tentaram se colocar no lugar dos palestinos. No fundo, não estão dispostos a pagar o preço da paz, ou seja, ceder a terra, frente aos palestinos, que pagam esse preço com seu próprio sangue."    
                                                                                    Menahem Klein.

"Nós temos dezenas de bombas atômicas, tanques, aviões. Enfrentamos pessoas desprovidas de todas estas armas. E no entanto nos mantemos mentalmente como vítimas. Essa incapacidade de nos enxergar como realmente somos na relação com o outro constitui nossa principal fraqueza,"
                                                                                      David Grossman.

"As autoridades israelenses, fazem uso ilegitimo de todos os meios legais e administrativos á sua disposição para aplicar sua política. Essa política constitui uma violação flagrante do direito internacional e dos princípios fundamentais da democracia, com graves consequências para os direitos humanos".                                            
                                                                            Eitan Felner.

"Um único objetivo orientou a política de planejamento urbano: reforçar o controle israelense sobre a cidade como um todo. O que se traduziu na criação de uma realidade demográfica e política que impede qualquer questionamento futuro da soberania israelense em Jerusalém Oriental. Ao mesmo tempo que lançavam programas de construção maciça e aplicavam um enorme orçamento nos bairros judeus de Jerusalém Oriental, as autoridades israelenses, estimulando os judeus a instalar neles, sufocavam, com seus atos e omissões, os programas voltados para a população palestina- considerada um 'perigo demográfico' que ameaçava o controle da cidade por Israel".
                                                                               Eitan Felner.

Entre o fim da 'guerra dos seis dias", em junho de 1967, e a posse do governo Olmert, a 4 de maio de 2006. Israel construiu mais de 160 colônias na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na faixa de Gaza. As 21 colônias de Gaza, onde viviam 8 mil pessoas, assim como quatro assentamentos isolados das cercanias de Jenin e Nablus, abrigando cerca de 600 colonos, foram evacuados em agosto e setembro de 2005. Em junho de 2006, o total de colonos instalados na Cisjordânia aproximava-se de 440 mil, dos quais 190 mil israelenses que povoavam as dez colônias "urbanas" de Jerusalém Oriental.* Em outra palavras, um sexto dos israelenses vive numa colônia. Como deixar de ver, nesses dados, que a existência e o destino das colônias têm um peso decisivo nas decisões políticas dos dirigentes israelenses?
*Para o governo israelense, esse dez conjuntos residenciais construídos dentro dos limites da Grande Jerusalém e unilateralmente ampliados em 1967 constituem, como vimos, bairros da cidade. Do ponto de vista do direito internacional, esses "bairros", todos a leste da Linha Verde separando Israel da Cisjordânia ocupada, são colônias.

"Que querem os israelenses? Um sistema de apartheid disfarçado? É o que eles estão instaurando, ao construir estradas nas quais os palestinos não têm direito de circular!". troveja o ativo Saeb Erekat, deputado de Jericó pela fatah e principal negociador palestino. "Você conhece algum outro lugar no mundo que tenha malhas rodoviárias distintas no mesmo território, para dois povos?"

"Os Estados Unidos não mudaram suas alianças. Israel continua sendo seu parceiro privilegiado"
                                                                                   Akram Haniyeh.

Sobre o Autor: René Backmann é colunista de assuntos internacionais na revista francesa Le Nouvel Observateur. Jornalista veterano com quais de quarenta anos de carreira, passou 25 anos cobrindo o Oriente Médio e, em 1991, foi vencedor do Prêmio Mumm, o de maior prestigio na França para jornalismo, por sua investigação sobre o sistema financeiro do Islã Fundamentalista. É coautor, com Rony Brauman, do livro Les Médias et I'Humanitaire: 1996.

Autor: René Backmann.
Editora: Record.
Gênero; Conflito Árabes-israelense
Ano; 2006. Páginas; 247.

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Mentiras e os grandes mentirosos que as contam.

Usar os discursos dos políticos contra eles mesmos, É exatamente isso que faz neste livro o escritor e comediante Al Franken, um dos fenômenos de um tipo de literatura que milita em prol da não-manipulação política nos E.U.A, ou seja, anti-Bush. Al Franken é considerado o melhor, senão o único, mestre da sátira política nos E.U.A.
 Em Mentiras e os grandes mentirosos que as contam, que Michael Moore classificou de leitura obrigatória para todos os que se empenham pela democracia e pela transparência das ações políticas, Al Franken exercita sua imaginação subversiva sobre a cena política contemporânea.
 Baseado nos resultados do trabalho de um time de 14 pesquisadores,seu humor irreverente e engajado assesta, contra quem as contou, todas as mentiras que a mídia repercutiu-e entre os alvos principais não poderiam deixar de constar a dupla Buch-Cheney. As figuras de maior audiência e mais à direita da mídia americana, como Bill O`Reilly, Sean Hannity e Anne Coulter, também não escapam.
 Franken diz que, embora tenha escrito este livro "com um espirito de investigação desapaixonado", ele não pode esperar que seus críticos reajam da mesma forma. Seus detratores à direita dirão, sem dúvida, que ele é "um imbecil detestável", um "idiota pretensioso" e uma "ameaça clara e presente à segurança nacional".
 Em todo caso, a credibilidade de nenhum deles sobrevive à leitura deste livro corrosivo, que desmascara todas as ações da direta americana e da mídia que a acompanha na descarada tarefa de ludibriar audiências e eleitores.

                                                              Introdução.
Deus me escolheu para escrever para escrever este livro.
  O simples fato de você o estar lendo é prova não apenas da existência de Deus, mas também da beneficência dele/dela. Isso mesmo. Não tenho certeza do gênero exato de Deus, mas tenho certeza de que ele/ela me escolheu para escrever este livro.
 Não é arrogância. Não estou dizendo isso de maneira egoísta. Deus não me escolheu porque sou o maior escritor que já existiu. Esse foi William Shakespeare, com cuja obra tenho uma familiaridade fugaz. Não. Apenas aconteceu de eu ser o veículo certo na hora certa. Se alguma coisa neste livro o fizer rir, foi uma piada de Deus. Se alguma coisa o fizer pensar, é porque Deus tinha uma boa tese.
  O motivo pelo qual sei que Deus me escolheu é porque Deus me falou pessoalmente.
 Deus começou nossa conversa esclarecendo uma coisa. Alguns amigos de W.Busch dizem que ele acredita que Deus o chamou para ser presidente nestes tempos de provação. Mas Deus me disse que ele/ela havia na verdade escolhido Al Gore, fazendo-o ganhar o voto popular e, Deus pensou, o colégio eleitoral "ISSO FUNCIONOU PARA TODOS OS OUTROS", Deus disse.
 "E o Tilden? eu perguntei, referindo-me a derrota de 1876.
 "silêncio", Deus retrucou. Deus estava bravo.
 Deus disse que depois do 11/9 George W. Busch desperdiçou um momento único de união nacional. Que em vez de unir o país em torno do programa de objetivos e sacrifícios mútuos, Busch cinicamente usou a tragédia para solidificar seu poder político e seguir uma agenda que atende à sua base aos interesses de seus apoiadores corporativos.
 Deus me disse que Busch esbanjou um superávit de US$4,6 Trilhões e está nos mergulhando em déficit até onde Deus pode enxergar. E que Busch esbanjou outro superávit, o de boa vontade do resto do mundo, que ele herdou de Bill Clinton....

"Franken tem algo que visivelmente faz falta a seus alvos: o senso de humor. Este livro é altamente divertido. Talvez devêssemos chama-lo de um humor investigativo. A metodologia de Franken é simples: ele usa declarações cujos temas tenham sido comentados na imprensa ou na TV e tenta descobrir se, de fato, são verdadeiras. Frequentemente, não são..."
                                                                                       The Washington Post.

"Nunca diga 'eu nunca disse isso' ou 'você não conseguirá encontrar uma transcrição do que falei' quando um homem com 14 pesquisadores está na sua cola. Um ataque divertido e venenoso."
                                                                                           The New York Times.

Al Franken tornou-se um dos mais conhecidos comediantes americanos durante os vinte anos em que integrou o cast de Saturday Night Live, o SNL, programa humorístico de maior sucesso e longevidade na TV americana e berço de nove em cada dez grandes comediantes em atividade nos E.U.A.

"Política não tem a ver com poder. Política não tem a ver com dinheiro. Política não tem a ver com só vencer. Política tem a ver com o progresso na vida das pessoas. Tem a ver com avançar a causa da paz e da justiça em nosso país e em nosso mundo. Política é fazer o bem para as pessoas."
                                                                                                 Paul Wellstone.

Editora: Francis.
Autor: Al Franken.
Sub titulo: Uma visão imparcial e equilibrada da direita. "Ironizando"O lema da FOX.
Gênero: Jornalismo.política.
Ano:2004.
Paginas:390.

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O Caminho da Liberdade.

  A Saga de heróis anônimos para resgatar aviadores aliados na segunda guerra.
  Em 1943, a aviação britânica e norte americana deu inicio a uma ofensiva aérea sobre o território europeu ocupado pelos nazistas com a finalidade de destruir pontos de apoio do exército alemão.  Atacados pelos caças inimigos, milhares de aviadores aliados viam-se obrigados a saltar de seus aparelhos, sendo mortos ou presos pela policia de Hitler.
 O Caminho da Liberdade narra a História verdadeira de um grupo de jovens que formou uma organização para resgatar aviadores e conduzi-los clandestinamente, através da França e da Espanha, à libertação. Constituída inicialmente na Bélgica, a Linha Cometa- como ficou conhecida a rede- logo se ampliou incorporando Franceses, Espanhóis e Bascos.
 A rota de fuga era traiçoeira e envolvia uma longa viagem de trem, de bicicleta e a pé que se estendia por centenas de quilômetros até os Pireneus, na fronteira espanhola. Com astúcia, habilidade e sobretudo muita coragem, os militantes da Linha Cometa arriscavam suas vidas para criar essa trilha oculta, pela qual conseguiram salvar cerca de 800 aviadores.
 Baseado em entrevistas com os sobreviventes e pesquisas em arquivos europeus, o jornalista Peter Eisner recompõe a heroica aventura desses amigos que escolheram agir inspirados por um intenso sentimento de liberdade e dignidade humana. O autor abandona aqui o tom por vezes impessoal da imprensa para tecer uma narrativa romanesca próxima à linguagem cinematográfica, em que a palavra dos personagens é o fio condutor da trama.
  Empolgante, envolvente, O Caminho da Liberdade prende a atenção do leitor não apenas pelo clima de mistério e suspense criado por Peter Eisner, mas principalmente pela vívida admiração que despertam essas pessoas-até então anônimas- que protagonizaram um episódio tão decisivo para a história da Segunda Guerra Mundial. Como escreveu o jornalista Phillip Knightley:
 "Junte um repórter investigativo como Peter Eisner a uma das operações mais fascinante ( embora desconhecida) da Segunda Guerra Mundial, e o resultado é um livro que você não consegue largar.

Autor: Peter Eisner.
Editora: J.Z.E. Jorge Zahar Editor.
Gênero: Fatos reais. 2.Guerra Mundial.
Paginas: 329.
Ano: 2005.

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Veneno nas Veias

 “Veneno nas veias”, do autor canadense M.G Scarsbrook, que vive hoje em South Gloucestershire, Inglaterra, é um romance histórico, gênero em que o autor se especializou e pelo qual se tornou conhecido através do best-seller “A conspiração Marlowe”.
Desta feita, Scarsbrook decidiu explorar um assunto de tremenda relevância e de interesse permanente para gerações de estudiosos da História ou meros interessados na celebridade de uma família que se celebrizou pela fusão de poder em escala inimaginável (tendo como patriarca um Papa) e crime também em escala atroz: os Bórgia.
A história nasce a partir das memórias de Lucrécia Bórgia, provavelmente o membro mais famoso da família, associada para sempre aos métodos cruéis de assassinato (com veneno) e à lascívia, além da perfídia nos cálculos de ascensão ao poder. No entanto, Scarsbrook parece empenhado em revelar Lucrécia sob aspectos mais amenos, pois a sentimos desde o início mais como vítima das perfídias da família e de seu meio e submetida, numa época em que as mulheres não tinham vez ou voz, à influência esmagadora do Papa Alexandre VI, o Bórgia que é seu pai.
No carnaval romano de 1497, Lucrécia sofre tentativa de estupro por parte de um guarda de uma família rival dos Bórgia, os Orsini, e seu irmão César a defende, matando o guarda e aumentando a animosidade entre as famílias. O ato cruel faz que ela perceba que César é dominado por um temperamento arbitrário e violento. Quando um outro irmão, Juan, leviano e mulherengo, também é morto e atirado com pedras no rio Tibre, a suspeita recai sobre algum membro dos Orsini, mas Lucrécia começa a desconfiar de César. Mais tarde, casando-se por imposição do pai com um membro da Casa Real de Nápoles, um Aragon, Lucrécia terá razões de sobra para acreditar que está numa família onde o assassinato, as taras sexuais (seu pai mantém um grupo de cortesãs e isola a verdadeira mulher, Vanozza, dos filhos) e a sede de poder não têm limites.
São as memórias desta mulher, que a literatura e o cinema sempre mostrou como um símbolo de perversidade a avidez pelo poder, que fazem o interesse do livro, abrindo-o para novas leituras da família Bórgia e fazendo com que, à maneira de “A conspiração Marlowe”, “Veneno nas veias” nasça predestinado a agradar ao grande público que aprecia romances históricos que colocam personagens famosos sob novas luzes.
Autor: Mathew Graham Scarsbrook.
Editora: Geração Editorial.
Paginas: 335.
Ano: 2012.
Gênero: Romance Histórico.

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A Revolução Cubana.

"Quando o extraordinário se torna cotidiano, é a revolução."
 Ernesto "Che" Guevara.

Como foi possível, numa pequena ilha situada a apenas alguns quilômetros da maior potência capitalista do mundo, surgir uma revolução que mudou o sentido da História da América Latina?
 A resposta para esta e para outras questões está neste livro ágil direto e corajoso de Emir Sader, cientista político da Unicamp, que conheceu In Loco o novo país em que Cuba se transformou depois de 1959.

É possível falar de revolução cubana em dois sentidos: como processo de luta pela tomada do poder por Fidel Castro e os companheiros que com ele lutaram na oposição insurrecional ao regime do ditador Fulgencio Batista. Nessa acepção, foi um movimento guerrilheiro que capitalizou o descontentamento do povo contra as condições de miséria, corrupção, falta de liberdade e dependência em relação aos EUA, para instalar um governo revolucionário nos primeiros dias de 1959. Na segunda acepção, a revolução cubana de 1959 foi a continuidade das frustradas lutas de independência iniciadas na segunda metade do século passado e pode ser caracterizada efetivamente como uma revolução, não pelo fato de ter tomado o poder, mas por ter desenvolvido um processo de transformações, radicais das estruturas econômicas, sociais, políticas e ideológicas que fizeram de Cuba o primeiro país socialista da America Latina e do mundo ocidental.

Revolução, nesse sentido, é o conjunto de processos de mobilização, organização e luta do povo, em condições históricas concretas, contra o poder instituído, pela construção de um novo poder político que dirija as transformações radicais das estruturas dominantes na sociedade. Nesta acepção, a revolução cubana é um dos poucos exemplos neste continente que realmente merece o nome de revolução, qualquer que seja o juízo que se faça sobre o seu caráter. Ela não é apenas um produto histórico da mobilização popular, mas é o desenvolvimento de um programa de transformações democráticas, nacionais e socialistas que modificou substancialmente a sociedade cubana nas décadas transcorridas desde a fuga de Batista para o exterior e a instalação do poder revolucionário em Havana. As maiores dificuldades derivam do caráter polêmico do tema.

 Talvez não exista questão mais contraditória na historiografia contemporânea que a revolução cubana. Entre a apologia e a satanização, parece não haver meio-termo possível. Entre os que ao visitar a Ilha, quase infalivelmente ficam “maravilhados” com a eliminação do analfabetismo, da prostituição, da descriminação racial, do desemprego, da violência, da miséria, e com a saúde e a educação gratuitas; e, por outro lado, os que execram radicalmente a “falta de liberdade e de democracia” no país, se divide praticamente toda a bibliografia existente.

Toda revolução é um processo heterodoxo. Nunca repete, nem na forma, os fenômenos similares dos processos que a antecederam. A revolução russa foi completamente diferente da frustrada tentativa da Comuna de Paris, a chinesa se diferenciou amplamente da russa, e a cubana, não repetiu a história das revoluções anteriores. À complexidade de apreensão do significado da revolução cubana se somou sua polêmica projeção para a America Latina, encarada como “modelo” a seguir ou “perigo” a evitar. Nem a revolução russa teve na Europa a repercussão que o triunfo de Fidel Castro e seus companheiros teve na America Latina. Isso contribui para a polarização radical na abordagem do fenômeno cubano, pelo próprio fato de que ele nos envolve a todos no continente, como atração ou repulsa, apontando “vias de superação da crise capitalista” ou assinalando caminhos a recusar “para preservar a democracia”. Tudo isso contribui para a complexidade na abordagem do tema. Fidel Castro afirmou certa vez que eles tinham “feito uma revolução maior que nos mesmos”. Talvez seja uma das poucas afirmações do líder cubano que adeptos e adversários estão dispostos a aceitar como verdadeiras.

No plano do combate á imoralidade reinante, além das expropriações feitas conforme lei de Confisco de Bens Malversados e dos processos penais correspondentes, atacou-se a enorme rede de Cassinos, ligada diretamente ás casas de prostituição e ao comércio de drogas que imperava livremente em Cuba. O país havia sido transformado pela máfia ianque em um antro de jogo para a burguesia norte-americana -especialmente a de Miami- e em bordel para marinheiros dos E.U.A, que reinava abertamente fazendo uso da violência e da proteção policial. Toda essa rede estava vinculada estreitamente aos mecanismos de corrupção do governo de Batista.

A revolução cubana tem portanto de ser compreendida como uma via especifica de solução aos problemas de miséria e ditadura produzidos pelo subdesenvolvimento na região do Caribe Latino-Americano.
O sistema político cubano recebe, o maior apoio popular ativo, que um regime conhece, mediante a mobilização maciça do povo nas grandes manifestações, nos trabalhos voluntários, nas missões de solidariedade internacionalista em outros países e em milhares de evidências cotidianas de um consenso popular inquestionável, que nenhum outro regime pode usufruir.

Esse consenso não e propriedade do povo cubano ele é resultado de um sistema que rompeu com o capitalismo porque sentiu que os problemas fundamentais dos homens não podem ser resolvidos conforme leis de mercado, da propriedade privada dos meios de produção, da oferta e procura, e amparados no capital especulativo e nos monopólios multinacionais. Foi assim que as questões da miséria, do desemprego, da crise habitacional, do analfabetismo, da prostituição, da mendigância, das drogas, da violência, da desnutrição, da discriminação racial, da saúde do povo encontraram sua resolução num sistema socialista, adequando ás condições particulares de um pequeno país caribenho, que orienta o seu regime pelas necessidades sociais da população e não segundo os vaivéns arbitrários das leis cegas do mercado capitalista.

Em outros campos, como o cultural e o esportivo, a revolução apresentou avanços que lhe reservam um lugar privilegiado em todo o terceiro mundo e inclusive a nível mundial, no plano da música clássica, da dança, da música folclórica, do teatro, da música popular, do cinema, como resultado da massificação da sua prática, incerta na própria estrutura educacional do país, Cuba passou a ser uma potência no esporte internacional, com vários títulos Mundiais e conquistando posição de primeira linha nas Olimpíadas,

"Esta noite muitas crianças dormiram nas ruas do Mundo.....NENHUMA DELAS É CUBANA."

Autor: Emir Sader.
Editora: Editora Moderna.
Gênero: Revolução Cubana.
Paginas: 103.
Ano; 1986.

Istambul. memória e cidade.


Istambul - antiga Constantinopla, sede do Império Bizantino - é uma cidade encravada no meio do grande dilema que se apresenta para a humanidade neste início de século: o encontro entre Ocidente e Oriente. A secularização promovida por Atatürk - herói nacional e fundador da Turquia moderna, em 1923 - baniu as roupas típicas, coibiu costumes milenares e transformou progressivamente o panorama local. Para Orhan Pamuk, que nasceu e passou toda a sua vida na cidade, embora os habitantes tenham cumprido as novas regras, no espírito do povo turco essa operação nunca se completou. Entre a modernização crescente e o apego ao passado, entre ter sido um império e conhecer a decadência, criou-se nos habitantes um sentimento de melancolia que permeia toda a cidade, e também este livro. Sem nunca se ater a um gênero específico - Istambul é parte autobiografia, parte ensaio e parte elegia -, Pamuk traça uma história afetiva de sua cidade e revela, "com os olhos da memória" - nas palavras do escritor Alberto Manguel -, os personagens, as ruas e becos, os grandes e os pequenos acontecimentos que definiram sua vida. O centro de tudo é o Edifício Pamuk, construção que no início da década de 50 abrigava, espalhada em seus andares, toda a família do autor. Circulando pelos corredores do edifício, o pequeno Orhan tenta dar sentido a coisas que vê mas não entende por completo: as ausências do pai, as fotografias espalhadas pela avó, o indefectível piano que todos seus parentes têm nas casas, mas que nunca tocam. Conforme cresce, ele ganha as ruas, em longos e solitários passeios, e começa a se impregnar dessa tristeza coletiva que assombra a cidade. Mas, ao mesmo tempo em que de certo modo o oprime, Istambul fornece um repertório de imagens - as casas na beira do Bósforo, os incêndios das mansões dos paxás, as enciclopédias de curiosidades compradas em sebos - que para ele ganham enorme força simbólica, e que estarão sempre presentes em sua obra, Pamuk tira da cidade a experiência que o conduziu à arte. Este livro é uma viagem, uma aula de geografia e história.

 Autor:Orhan Pamuk. (autor de "Neve")                                                                        
Editora:Companhia das letras.
Gênero:Biografias,memórias e diários.
Págnas:408. Ano:2007.

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O segredo colorado

Em Sangue, Suor e Talento ? O Segredo Colorado, Luís Augusto Fischer conta com riqueza de detalhes os mais importantes momentos dos 100 anos de existência do Internacional. Na obra, o autor mostra como a trajetória do clube confunde-se com a história de Porto Alegre no último século, revelando um time totalmente integrado à sua comunidade. A fundação, a construção do Beira-Rio, o ?Rolo Compressor?, a hegemonia nacional nos anos 1970 até as recentes conquistas da Libertadores e Mundial estão neste livro que honra a grandeza centenária do Inter de Porto Alegre. ?Existem muitos bons livros sobre o Internacional, mas nenhum como este. (...) Conhecer a nossa história, ainda mais através de um texto saboroso como o do Fischer, é uma condição para melhor aproveitar as glórias que virão?. Quem garante isso é ninguém mesmo que o colorado de coração Luís Fernando Veríssimo, que fez questão de deixar sua marca no livro e ainda o destacou como o melhor publicado até hoje.

1808

Nunca algo semelhante tinha acontecido na história de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempo de guerra, reis e rainhas tinham sido destronados ou obrigados a refugiar-se em territórios alheios, mas nenhum deles tinha ido tão longe, a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do outro lado do mundo. Embora os europeus dominassem colónias imensas em diversos continentes, até àquele momento nenhum rei tinha posto os pés nos seus territórios ultramarinos para uma simples visita – muito menos para ali morar e governar. Era, portanto, um acontecimento sem precedentes tanto para os portugueses, que se achavam na condição de órfãos da sua monarquia da noite para o dia, como para os brasileiros, habituados até então a serem tratados como uma simples colónia de Portugal.
A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu em um dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil' é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.

Este livro é do meu tio Braz um baita leitor.
Autor: Laurentino Gomes.
Editora: Planeta.
Gênero: Obra Jornalística.
Págnas: 408. Ano: 2007.

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Uma Breve História do Mundo


Um balanço da fantástica saga da humanidade, magistralmente compilada desde seus primórdios até os frenéticos dias em que vivemos. É como ver a paisagem pela janela de um trem em movimento, afirma Geoffrey Blainey, um dos mais aclamados historiadores da atualidade. Sem jamais perder o foco, Blainey vai mais além: descreve a geografia das civilizações e analisa o legado de seus povos. O leitor deve se preparar para uma viagem inesquecível: saberá como eram as noites dos primeiros nômades; testemunhará o surgimento das religiões; questionará a carnificina das guerras e acompanhará a ascensão e queda dos grandes impérios. Uma Breve História do Mundo vai entrelaçando a história de um povo a outro, de forma didática e vibrante. Distante de formalismos, o livro instiga e envolve o leitor página por página, levando-o a conhecer e interpretar melhor os fatos que nos levaram aos dias de hoje.



Autor: Geoffrey Blainey. Professor da universidade de Harvard e de Melbourne, um brilhante historiador.
Editora:Fundamento.
Gênero:História da Humanidade.
Pagnas:342. Ano:2008.

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Coronel Fawcett


Fawcett o coronel inglês quase perdeu a vida, subindo o rio Verde, para chegar à sua fonte, hoje conhecida como fonte Fawcett, e ir dar na serra de Ricardo Franco. História registrada, recentemente, pelo jornalista Hermes Leal, publicada em 1996, já na terceira edição (Coronel Fawcett: A Verdadeira História do Indiana Jones, Fawcett desapareceu no Brasil, em busca de outro mundo perdido, na região da serra do Roncador, outra área que sempre alimentou especulações. Várias expedições foram organizadas para encontrá-lo, sem sucesso, como relata o comandante Dyott, em artigo publicado no Geographical Journal (no 74, de 1924) “The Search for Colonel Fawcett”. Hermes Leal revela, em seu livro, facetas novas dessa busca e conta como foi a “expedição Autan”, na trilha do coronel Fawcett. Sempre há mistério em toda essa história de brava gente percorrendo regiões bravias.
Autor:Hermes Leal.
Editora:Geração.
Gênero:Investigação Jornalistica.
Págnas:304 Ano:1996.

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Elite da Tropa

O livro que deu origem ao filme A Tropa de Elite.

Na primeira parte do livro, concentram-se relatos impressionantes sobre o cotidiano dos policiais de elite. Na segunda, um dos nossos personagens seguirá numa trama envolvendo autoridades de segurança, traficantes, políticos e policiais - uma rede que tece alianças improváveis entre os vários atores deste cenário. Depois de cavalgar 100 quilômetros, sem arreio e sem descanso, mortos de fome e sede, eles têm licença para um descanso brevíssimo até que alguém anuncie que a comida está servida - sobre a lona, onde o grupo exaurido vai se debruçar para comer tudo o que conseguir, com as mãos, em dois minutos. Esta é apenas uma das etapas de treinamento da tropa de elite da polícia. Eles obedecem a regras estritas, as leis da guerrilha urbana. Na dúvida, mate. Não corra, não morra. Máquinas de guerra, eles foram treinados para ser a melhor tropa urbana do mundo, um grupo pequeno e fechado de homens atuando com força máxima e devastadora. Elite da Tropa é o primeiro livro, no Brasil, a mostrar este lado desconhecido do combate diário, nas grandes cidades - o ponto de vista do policial, seus hábitos, medos e desafios. A partir de experiências reais, os autores criaram uma ficção vertiginosa, que nos arrebata e surpreende, ao mostrar o cotidiano de homens adestrados para se transformarem em cães selvagens. Elite da Tropa é uma narrativa de ficção, onde fatos e cenários foram reescritos em parte ou no seu todo. Todos os lugares e pessoas têm nomes fictícios, para que sua identidade fosse preservada. Assinado por uma das maiores autoridades do Brasil em segurança, o antropólogo Luiz Eduardo Soares, e dois policiais, André Batista e Rodrigo Pimentel, este livro revela subterrâneos explosivos de uma cidade partida.
Autores:André Batista, e Rodrigo Pimentel, ex policiais do Bope.
Editora:Objetiva.
Gênero: Obra Jornalística.
Págns:312. Ano:2006.

O Mistério do 707


Que aconteceu com esse avião?
Decolou de Tóquio para Los Angeles, voou sobre o Pacífico
Como uma coruja computadorizada,
e... desapareceu!
Que tipo de carga transportava, para desencadear assim tão perigosa corrida armamentista?
Estas e outras perguntas explodem como uma bomba atômica nas páginas deste supermovimentado romance.
Leitura envolvente e emocionante que transmite uma poderosa e significativa mensagem transcedental ao homem moderno!
Prepare-se o leitor para efetuar um vôo a bordo de um pequeno bimotor, juntamente com o piloto Jonah através do Triângulo das Bermudas, no Atlântico Norte.
Enquanto você voa ao lado de Jonah, sobre um deslumbrante cenário, de repente ele o lança fora de seu Cessna-310 e o coloca a bordo daquele gigantesco avião, com destino a Tóquio. Durante a decolagem de Los Angeles, USA, você se identifica com o pessoal de bordo. Revive os seus problemas. E na decolagem de Tóquio, enfronha-se na guerra dos supersônicos e supersecretos aviões de combate das grandes potências. Voa com os seis tripulantes do cargueiro, que numa noite tempestuosa, transportando uma misteriosa carga; subitamente encontra-se numa linha de desespero imprevisível. Isso porque um piloto soviético, após pousar em Tóquio, com o seu Mig 25, pedira auxílio político aos Estados Unidos. O incidente gera um perigoso jogo diplomático entre as três nações, não faltando o intenso movimento de espionagem internacional, com uma vingança espetacular e inesperada dos soviéticos contra os americanos, envolvendo o sofisticado e milionário caça F- 14W da Força Aérea Americana, que caíra em águas internacionais, procedente de um porta-aviões do Pentágono.
Revelando facetas da espionagem internacional aeronáutica, e do envolvimento da Máfia no contrabando e tráfico do tóxico do Oriente para a América, Oswaldo Profeta cria, neste seu livro, a figura de um policial japonês extraordinário, que é o produto da bomba atômica lançada sobre sua cidade. Masaru Tokai se transforma em um símbolo do policial dedicado, capaz e corajoso que prende um perigoso traficante.
Autor: Oswaldo Profeta.
Editora: Hanburg.
Gênero: Obra Jornalistíca.
Pagns:272
Ano:1985.

Os Magnatas

A história de Andrew Carnegie, John D. Rockefeller, Jay Gould e J. P. Morgan - os magnatas do título - é também o retrato de um dos períodos mais profícuos da economia americana. Charles R. Morris, conceituado escritor e jornalista, reúne a biografia destas quatro grandes personalidades para esclarecer como, nos quarenta anos após o término da guerra civil americana, eles conseguiram transformar os Estados Unidos no país mais rico, mais criativo e mais produtivo do mundo. É difícil ter passado pelo século XX sem ter ouvido uma menção a algum dos nomes acima. Se não diretamente ao nome, a pelo menos uma das áreas da economia praticamente inventadas por um desses gigantes da Era de Ouro americana. O mais incrível é que essa revolução socioeconômica, que teve início logo após o assassinato do presidente Lincoln, ocorreu quando todos eles eram jovens; Carnegie, que inicialmente ganhava a vida como catador de carretéis de linha, já era muito rico aos trinta anos; Rockefeller, aos 26 possuía uma das maiores e mais lucrativas refinarias do país. Jay Gould depois de uma carreira como curtidor, estava tentando a sorte como especialista em turnaround aos 29 anos. Morgan, aos 28, aprendia o ofício na rede bancária do pai. Morris analisa em Os magnatas a combinação dos atributos desses tycoons - inteligência, ambição e determinação -, que resultou na concepção dos Estados Unidos moderno. A versatilidade do autor se traduz num texto que aborda, simultaneamente, informações biográficas, históricas e econômicas sem apelar para o didatismo. Pelo contrário - sua escrita surpreende pela facilidade com que apresenta as informações, relacionando dados brutos como faturamento, índices de crescimento e taxas com o funcionamento do mundo globalizado dos negócios.
Autor:Charles R. Morris.
Editora:L&pm.
Gênero: História da economia americana.
Pagnas:392. Ano:2006.
Sobre o Autor: Advogado, ex banqueiro e presidente de uma companhia de softwares, para empresas financeiras. é autor de nove livros.

Asas da Loucura.


O premiado jornalista norte-americano Paul Hoffman narra a extraordinária história da vida do aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont e dos primórdios da aviação. Fruto de minuciosa e abrangente pesquisa, "Asas da Loucura" explora em minúcias, sem mitificação, os aspectos pessoais da vida do aviador e os detalhes de sua personalidade controversa. De suas páginas emerge o retrato sincero de um homem que contribuiu de forma única para a conquista dos céus pelo homem.
A infância em Minas Gerais, cercado pelas obras de Júlio Verne e pelas narrativas históricas dos primeiros voos em balões. A chegada em Paris e as experiências inéditas com o balonismo e os dirigíveis. A inventividade e a ousadia nos costumes que fizeram do reservado brasileiro a coqueluche da capital francesa. A ousada circunavegação da Torre Eiffel, em 1901, diante de uma plateia embevecida. A tão sonhada fama e o carisma que o tornaram, durante um determinado período, o homem mais célebre do mundo. Os distúrbios psicológicos e a morte precoce cujas circunstâncias são, pela primeira vez, reveladas integralmente. Todos esses elementos participam da construção de uma personalidade contraditória e singular.
Desde pequeno, na imensa e remota fazenda de café do pai em Minas Gerais, o futuro aeronauta já demonstrava grande fascínio pelo funcionamento das imponentes máquinas moedoras de café e por motores de toda espécie. Tinha duas obsessões em mente: a primeira era voar; a segunda, alcançar a fama. Numa narrativa arrebatadora, Hoffman conta a história de um homem atormentado, que contribuiu de forma decisiva para a modernidade e simbolizou o espírito torturado do século XX. Eis, finalmente, a biografia definitiva do pai da aviação.


Autor:Paul Hoffman.
Editora:Objetiva.
Gênero: Obra Jornalística.
Pagnas:342. Ano:2003.