"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."

Os Meninos da Guerra

Os Meninos da Guerra é uma história comovente por nos trazer detalhes da vida de hilel, o mais jovem dos sobreviventes ao holocausto nazista vivendo no Sul do Brasil.
E este livro nos comove justamente por suas nuanças da alegria e tristeza que alcança, pela ternura, os leitores mais sensíveis e, pela repulsa  à crueldade, àqueles mais resistentes.
Trata-se indubitavelmente, de um romance, porém, pretende-se também um livro para conscientização social, enfocando o barbarismo da guerra não só a armada, mas também a violência, o desabrigo, a fome e a indiferença dos cidadãos, que afeta substancialmente a criança, por sua dupla condição de indefesa ante a vilania, mas também pela pobreza intelectual, pelo egoismo e o descontrole emocional daqueles que deveriam protegê-las.
 Por outro lado, porém não será possível compreender as causas da guerra sem entender os fundamentos que mobilizam-na. Contar a história do holocausto objetivando simplesmente a compaixão para com os judeus, é reduzi-la e não entendê-la em seu universo, bem como suas raízes, onde está a origem de tamanha perseguição e o sentido desse permanente êxoto.
 As tragédias do mundo precisam ser conhecidas das pessoas comuns também didaticamente, pois a animosidade e o preconceito têm fundamentos equivocados, construídos com o objetivo egoísta de favorecer certas classes á custa da ruína de outras.
E, esse problema ainda hoje, permanece com outro viés. Nesse sentido, este livro amplia seu aspecto, adquirindo atribuição histórica, por apresentar uma antropologia das culturas envolvidas e chamar a atenção para o sentido das informações que objetivaram a perseguição do povo judeu, vindo a culminar com o nazismo e o consequente extermínio maciço dos perseguidos.
 Ao narrar a história verídica de Hilel Silberfarb, hoje um homem com intensa vida em prol de seus amigos,
Wilson Amaral resgata uma dívida que todos temos por, de certa forma, sermos também preconceituosos com nossos irmãos.
 Hilel, o Guilhermão, para os amigos, é um homem sem ranço e sem mágoas. Não tem tempo para chorar o passado pois vive do presente para ser feliz e promover a felicidade daqueles que o rodeiam.

 Samuel sobreviveu à guerra, resistiu ao tifo, contando apenas com os recursos do mato e os cuidados do filho Hilel conhecido hoje por Guilherme, então com sete anos. Mas não conseguiu salvar os outros três filhos. Por fim, morreu do coração junto a muitos recursos médicos em tempo de paz.
Quão sórdida é a vida para alguns e tão generosa para outros, para Samuel ela foi vil ao mesmo tempo que o contemplou com muita sorte. Prova é que ele sobreviveu com o filho a monstruosidades do nazismo através dos campos de extermínios e matos da Polônia.
 Esta história foi contada a Steven spielberg quando do apanhado que fez para A Lista de Schindler.

Autor: Wilson Amaral.
Editora: Hércules.
Gênero: Obra-Jornalistica.
Páginas: 238. Ano: 2003.

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