Da escravidão à lava Jato #farsaJato
Um livro que analisa o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão.
Ideias velhas nos legaram o tema da "Corrupção dos Tolos" só da política, como nosso grande problema nacional. Na corrupção real, no entanto, o problema central - sustentado por outras forças - é a manutenção secular de uma sociedade desigual, que impossibilita o resgate do Brasil esquecido e humilhado. São essas forças e sua agenda oculta que este livro pretende revelar: a nossa elite do atraso.
Depois da polêmica intelectual aberta pela obra A Tolice da inteligência brasileira e da contundência exposta em A radiografia do golpe, o sociólogo Jessé Souza descortina de maneira criativa e consistente o papel de nossas elites - do Brasil dos tempos da escravidão ao país da operação Lava Jato. O resultado é um livro surpreendente, forte, inovador, crítico na essência, com um texto aguerrido na forma e no conteúdo e leitura acessível. A elite do atraso mostra o pacto construído e sedimentado pelos donos do poder para perpetuar uma sociedade excludente e perversa, forjada ainda na escravidão.
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Um livro que analisa o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão.
Ideias velhas nos legaram o tema da "Corrupção dos Tolos" só da política, como nosso grande problema nacional. Na corrupção real, no entanto, o problema central - sustentado por outras forças - é a manutenção secular de uma sociedade desigual, que impossibilita o resgate do Brasil esquecido e humilhado. São essas forças e sua agenda oculta que este livro pretende revelar: a nossa elite do atraso.
Depois da polêmica intelectual aberta pela obra A Tolice da inteligência brasileira e da contundência exposta em A radiografia do golpe, o sociólogo Jessé Souza descortina de maneira criativa e consistente o papel de nossas elites - do Brasil dos tempos da escravidão ao país da operação Lava Jato. O resultado é um livro surpreendente, forte, inovador, crítico na essência, com um texto aguerrido na forma e no conteúdo e leitura acessível. A elite do atraso mostra o pacto construído e sedimentado pelos donos do poder para perpetuar uma sociedade excludente e perversa, forjada ainda na escravidão.
"Quem controla a produção das idéias dominantes controla o mundo. Por conta disso Também, as ideias dominantes são sempre produto das elites dominantes. É necessário, para quem domina e quer continuar dominando, se apropriar da produção de ideias para interpretar e justificar tudo o que acontece no mundo de acordo com seus interesses."
A Elite do Atraso - Da Escravidão á Lava Jato. é uma resposta crítica do sociólogo Jessé Souza a um Clássico: Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda, publicado em 1936 e eternizado por incontáveis intelectuais de todas as colorações ideológicas e partidárias. Todas as nossas elites universitárias foram formadas, na direita e na esquerda, por essa leitura, antes incontestada, do Brasil. Este livro é uma leitura crítica contra a interpretação dominante do país e de suas mazelas, difundida em "pilulas diárias" também pela mídia.
Do "homem cordial" de Sérgio Buarque aos "donos do poder" de Raymundo Faoro., da visão de Estado corrupto e patrimonial á qual Fernando Henrique Cardoso se alinhou á figura do "jeitinho brasileiro" interpretada por Roberto DaMatta essa leitura ajudou a sedimentar a síndrome de vira-lata do brasileiro e a espalhar a ideia de que a corrupção política é o grande problema nacional - um problema que teria sido herdado especialmente de nossa formação ibérica. Daí o sucesso da operação lava jato numa sociedade ansiosa por remover os males instalados no Estado brasileiro.
Essa é uma falsa ideia, diz Jessé Souza numa obra que reúne a revisão conceitual e acadêmica, o sociólogo lembra que A Raízes do Brasil é fundamental para entender o país da lava jato ou farsa a jato. A "limpeza da política" do procurador deltan dallagnol e do juiz sérgio moro, afirma Jessé, se legitima com Sergio Buarque e seus epígonos; a mídia (e em particular a Rede Globo) legitima sua violência simbólica do mesmo modo.
Para desconstruir essa legitimação "naturalizada" ao longo de décadas, A Elite do Atraso ataca três eixos bem definidos. Primeiro, toma a experiência da escravidão, e não suposta e abstrata continuidade com Portugal e seu "patrimonialismo", como a semente da sociedade desigual, perversa e excludente do Brasil. Segundo analisa como a luta de classes por privilégios construiu alianças e preconceitos que esclarecem o padrão histórico repetido nos embates políticos do Brasil moderno.
(Aqui o autor olha também a cultura, incluindo laços familiares e afetivos, e não apenas as relações econômicas, para compreender as diferentes classes sociais e explicar o nosso comportamento real e prático no dia a dia) Terceiro, Jessé faz o diagnóstico do momento atual, batendo forte no que chama de conluio entre a grande mídia e a lava jato.
A Elite do Atraso é um livro para ser apoiado, debatido ou questionado. Mas será impossível reagir de maneira indiferente á leitura contundente de Jessé Souza aos nossos cânones acadêmicos e midiáticos.
"Estamos nos especializando em perseguir por métodos jurídicos pouco ortodoxos os suspeitos da "Corrupção dos Tolos" enquanto a corrupção real, do conluio entre mercado, mídia e corporações juridico - polícias do Estado, pode passar impune."
A Elite do Atraso - Da Escravidão á Lava Jato. é uma resposta crítica do sociólogo Jessé Souza a um Clássico: Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda, publicado em 1936 e eternizado por incontáveis intelectuais de todas as colorações ideológicas e partidárias. Todas as nossas elites universitárias foram formadas, na direita e na esquerda, por essa leitura, antes incontestada, do Brasil. Este livro é uma leitura crítica contra a interpretação dominante do país e de suas mazelas, difundida em "pilulas diárias" também pela mídia.
Do "homem cordial" de Sérgio Buarque aos "donos do poder" de Raymundo Faoro., da visão de Estado corrupto e patrimonial á qual Fernando Henrique Cardoso se alinhou á figura do "jeitinho brasileiro" interpretada por Roberto DaMatta essa leitura ajudou a sedimentar a síndrome de vira-lata do brasileiro e a espalhar a ideia de que a corrupção política é o grande problema nacional - um problema que teria sido herdado especialmente de nossa formação ibérica. Daí o sucesso da operação lava jato numa sociedade ansiosa por remover os males instalados no Estado brasileiro.
Essa é uma falsa ideia, diz Jessé Souza numa obra que reúne a revisão conceitual e acadêmica, o sociólogo lembra que A Raízes do Brasil é fundamental para entender o país da lava jato ou farsa a jato. A "limpeza da política" do procurador deltan dallagnol e do juiz sérgio moro, afirma Jessé, se legitima com Sergio Buarque e seus epígonos; a mídia (e em particular a Rede Globo) legitima sua violência simbólica do mesmo modo.
Para desconstruir essa legitimação "naturalizada" ao longo de décadas, A Elite do Atraso ataca três eixos bem definidos. Primeiro, toma a experiência da escravidão, e não suposta e abstrata continuidade com Portugal e seu "patrimonialismo", como a semente da sociedade desigual, perversa e excludente do Brasil. Segundo analisa como a luta de classes por privilégios construiu alianças e preconceitos que esclarecem o padrão histórico repetido nos embates políticos do Brasil moderno.
(Aqui o autor olha também a cultura, incluindo laços familiares e afetivos, e não apenas as relações econômicas, para compreender as diferentes classes sociais e explicar o nosso comportamento real e prático no dia a dia) Terceiro, Jessé faz o diagnóstico do momento atual, batendo forte no que chama de conluio entre a grande mídia e a lava jato.
A Elite do Atraso é um livro para ser apoiado, debatido ou questionado. Mas será impossível reagir de maneira indiferente á leitura contundente de Jessé Souza aos nossos cânones acadêmicos e midiáticos.
"Estamos nos especializando em perseguir por métodos jurídicos pouco ortodoxos os suspeitos da "Corrupção dos Tolos" enquanto a corrupção real, do conluio entre mercado, mídia e corporações juridico - polícias do Estado, pode passar impune."
"Todo o esquema que operou no recente "Golpeachment" de 2016 já estava armado desde o segundo governo Vargas. Muito especialmente o tema da corrupção seletiva passa a ser usado sistematicamente já contra Getúlio Vargas com retumbante sucesso. Carlos Lacerda (O Corvo) e toda a mídia conservadora cerram fileiras e provocam comoção popular já se utilizando de dispositivos que hoje são conhecidos como pós-verdade, ou seja, a construção de versões sem prova com o intuito de produzir determinado efeito difamatório. Mesmo que a mentira se revele enquanto tal mais tarde, seu efeito destrutivo já foi realizado. O suicídio de Vargas a partir de comprovadas inverdades ditas contra ele mostra a eficácia do esquema."
"O ódio fomentado todos os dias ao PT e a Lula produziu, inevitavelmente, Bolsonaro e sua violência em estado puro, agressivamente burra e covarde. Agora, uma população pobre à mercê de demagogos religiosos está minando as poucas bases civilizadas que ainda restam à sociedade brasileira. Essa dívida têm que ser cobrada da mídia que cometeu esse crime."
"A esperança de hoje tem que ser uma adaptação contemporânea do velho chamado aos exploradores: Os feitos e imbecis de todo o país: uni- vos! Recuperemos nossa inteligência, voltaremos a praticar a reflexão autônoma que é a chave de tudo que a raça humana produziu de bonito e de distinto na vida da espécie. Afinal, tudo que foi feito por gente também pode ser refeito por gente."
"A elite não odeia os pobres, ela tem uma indiferença blasé, quer o dinheiro dela e pronto. Mas uma parte da classe média tem, sim, uma relação de ódio com om pobre."
"É necessário aprender com a nossa catástrofe que é recorrente. As falsas idéias existem para fazer as pessoas de tolas, posto que apenas os feitos de tolos dão de bom grado e volitivamente o produto de seu esforço a quem os engana e oprime. Sem uma crítica das idéias, não existe prática social verdadeiramente nova. A ideia central que nos faz de tolos é a de que nossa história e a história de nossas mazelas têm sua raiz no patrimonialismo só do Estado. Foi por conta dela que a Rede Globo e a Lava Jato legitimaram seu ataque combinado à economia e à sociedade brasileira."
Autor: Jessé Souza. (Sociólogo, Filosofo)
Editora: Leya
Gênero: história, ciências sociais, economia.
Ano: 2017 Paginas: 239.
"A elite não odeia os pobres, ela tem uma indiferença blasé, quer o dinheiro dela e pronto. Mas uma parte da classe média tem, sim, uma relação de ódio com om pobre."
"É necessário aprender com a nossa catástrofe que é recorrente. As falsas idéias existem para fazer as pessoas de tolas, posto que apenas os feitos de tolos dão de bom grado e volitivamente o produto de seu esforço a quem os engana e oprime. Sem uma crítica das idéias, não existe prática social verdadeiramente nova. A ideia central que nos faz de tolos é a de que nossa história e a história de nossas mazelas têm sua raiz no patrimonialismo só do Estado. Foi por conta dela que a Rede Globo e a Lava Jato legitimaram seu ataque combinado à economia e à sociedade brasileira."
Autor: Jessé Souza. (Sociólogo, Filosofo)
Editora: Leya
Gênero: história, ciências sociais, economia.
Ano: 2017 Paginas: 239.
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