"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."

Ecce Homo

Ecce Homo "Eis o Homem" . De como a gente se torna o que a gente é.

Breve introdução à importância de Nietzsche.

Os intérpretes de Nietzsche sempre colocaram o filósofo no apogeu de um desenvolvimento, no fim de uma evolução, no auge de um processo histórico.
Karl Jaspers, o filósofo alemão, dividiu a história do pensamento ocidental em dois períodos, fazendo de Nietzsche um divisor de águas. Se antes dele dominava o "conhece-te a ti mesmo" socrático- que perdurou até Hegel, com qual alcançou o ápice-, depois dele a filosofia se caracteriza por um profundo desengano em relação à racionalidade, pela dissolução de todos os elos e pela queda de todas as autoridades.
Fatos é que Nietzsche foi um dos mais importantes pensadores alemães de todos os tempos e estendeu a área de suas  influências para muito além da filosofia, adentrando a literatura, a poesia e todos os âmbitos das belas artes. Influenciou movimentos que vão do naturalismo alemão ao modernismo vienense, e escritores tão diferentes quanto Heinrich e Thomas Mann. Com sua obra quebradiça e aparentemente fragmentária, que no fundo adquire uma vitalidade orgânica que lhe dá unidade através do aforismo, Nietzsche mostrou, desde o início, que todo artista genuíno tem de uma maneira ou de outra, conspurcar o próprio ninho. E Nietzsche, que nasceu cercado de moral por todos os lados, fez da moral o alvo de seus combates e considerou sua guerra pessoal contra ela sua maior vitória.
Ecce Homo-e a mais grandiosa- dentre as obras dedicadas ao egocentrismo humano, é também a mais singular das autobiografias que o mundo um dia conheceu. Gerada no limiar-inclusive temporal- entre a razão e a loucura, Ecce Homo está longe de ser apenas o produto da insânia. Nietzsche foi na realidade um dos críticos mais ferozes da religião, da moral e da tradição filosófica do ocidente. Nietzsche escreveu, ele mesmo, a melhor obra para entender a obra de Nietzsche. È o Ecce Homo, sua autobiografia escrita aos quarenta e quatro anos, o último suspiro antes do declínio, um dos mais belos livros da história da literofilosofia universal.           "Eis o homem", pois.
                                                                      Marcelo Backers

"Os príncipes dos sarcedotes e os ministros gritaram: "Crucifica-o! Crusifica-o!", outros transformaram-no naquilo que ele jamais quis ser, o fundador de uma religião. Lavar as mãos diante dele, ninquém jamais lavou..."

Autor: Friedrich Nietzsche. (1844-1900)
Editora: L&PM Pocket.
Gênero: Filosofia. Autobiografia.
Ano: 2003.     Páginas: 192.

****

3 comentários:

o mar e a brisa do prazer de aprender disse...

Achei um lugar para ampliar os meus conhecimentos. Abraços criativos.

Marcelo todeschini disse...

Muito obrigado por fazer parte do Blog e pelas palavras.
Outro grande abraço,

Balabo disse...

Vou ser sincero com voce,as vezes fico triste por te lido Nietzsche e Schopenhauer,eles me trouxeram uma realidade de uma forma como nunca vi em nenhum outro autor,realidade crua de ser humano limitado e animal,sem espaço para crendices e ficções,um ser manipulado e manipulador,um ser que se diz superior mas que é fraco no seu intimo,o qual eu faço parte sem querer.Ma como Einstein disse "uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original" seguimos singrando por esse mar de horizonte finito saboreando as ondas de conhecimento que insistem em bater no casco de nossas vidas.