"Quem não interpreta o que lê, além de fazer alarde daquilo que julga ter assimilado, não entende o que diz."

Alma de Lázaro


Na obra "A Alma de Lázaro"José de Alencar  transporta o leitor para o diário de um leproso. Terror e sofrimento, solidão e solidariedade, repugnância e sentimento. Ódio e amor. Possui um enredo macabro e fascinante, que fará com que o leitor se prender à leitura.

Tinha ouvido uma voz trêmula que rezava cantando à surdina uma ladainha de igreja; e pareceu-me que afinal chegara a ocasião de ver surgir diante de mim um desses fantasmas que nas minhas extravagantes alucinações, eu tantas vezes evocara."

A ALMA PENADA
Triste irrisão é a glória. Quantos engenhos sublimes, criados para as arrojadas concepções,
que ficam aí tolhidos pelo estalão do viver banal, senão sepultos em vida na indiferença,
quando não é no desprezo das turbas?
Também quanta ralé, feita para patinhar no pó, que se ala as eminências, insuflada pelos
parvos, e se apavona com as galas da celebridade?
E dizer que homens de são juízo labutam ou porfiam após esse fogo-fátuo, e deslumbram-se
a ponto de esquecerem afetos e bens, sacrificados em má hora à ilusão falaz!


José Martiniano de Alencar nasceu em 1829 no Rio de Janeiro. Foi jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro. Faleceu em 1877, na mesma cidade de nascimento.

Autor: José de Alencar.
Editora: Letras e Artes.
Gênero: Romance.
Páginas: 51.
Ano: 1964.

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