Paulo Salim Maluf, ex-prefeito, ex-governador e empresário,vive na ocasião do lançamento deste livro o seu maior inferno. (No dia 17/04/2016. votou a favor do impeachment, ele e a grande maioria corrupta da bala e da bíblia, contra uma presidente honesta).
Desde que surgiu na politica brasileira nos anos 70, como presidente da Caixa Econômica Federal, prefeito e governador de São Paulo, com apoio e e conluio com a ditadura militar, Seus opositores sempre o acusaram de desviar recursos públicos, tanto que "malufar" passou a significar exatamente isso. Nunca haviam conseguido provar nada.
Autoritário, egocêntrico, personalista, só foi eleito de fato uma vez-para prefeito de São Paulo, graças aos truques do publicitário Duda Mendonça-e até recentemente era o fortíssimo líder de um grupo que representava a tendencia que assumiu seu próprio nome, o malufismo.
Ele poderia encerrar sua carreira e sua vida, nos próximos anos, sem nenhum problema legal grave, não fossem certas mudanças ocorridas no Brasil e no mundo. As provas começam a surgir. Em setembro de 2005, Maluf e um de seus filhos estavam presos. Por que?
No Brasil, foi decisivo, para isso, o crescimento do poder e da importância do ministério publico, cujas investigações das denúncias puxaram os fios de uma meada que levou a documentos e provas capazes de lançar em completa desgraça a família do político, (como se tivessem vergonha na cara) envolvida por ele próprio em depósitos de fortunas em várias contas no exterior.
No exterior, o ataque de extremistas islâmicos às torres gêmeas, em Nova York, o crescimento do tráfico internacional de drogas- e sua ligação com o terrorismo internacional-levaram alguns governos, principalmente o norte-americano, a pressionar os bancos para conferir maior transparência e determinadas contas na Europa.
Foram as facilidades de cruzamento de dados possibilitado pela evolução da informática, as pressões governamentais junto aos bancos e o fato de, no Brasil, alguns políticos se considerarem, enquanto no poder, donos da coisa pública, sem cuidado com atos ilícitos, que levaram à desgraça de Paulo Maluf.
Este livro de Rui Martins- jornalista brasileiro que vive há décadas na Suiça- não só permite entender por que Paulo Maluf está sendo acusado, como também entender como funciona a lavagem de dinheiro e o sistema de contas secretas nos paraísos fiscais.
Em alguns momento o livro precisa ser bastante técnico, o que poderia até torná-lo enfadonho, mas é exatamente aí-no relato minucioso de coo acontecem as transações e como esse império está ruindo-que reside sua originalidade.
Paulo Maluf - assim como o argentino Menen, os peruanos Montesinos e Fujimori, os russos Pavel Borodine e Serguei Mikailov e o saudita Osama Bin Laden, entre outros - caiu em desgraça não só porque errou e deixou pistas de seus erros, as porque os órgãos internacionais de controle de lavagem de dinheiro estão mais atentos e determinados a combater o crime organizado e a corrupção.
A corrupção política, que vive em concubinato com os corruptores privados - fornecedores de obras e serviços para o poder público - é especialmente dramática no Brasil. Tanto na Suíça como no Brasil o desvio d e recursos do Estado é ética e moralmente condenável, mas sem dúvida no Brasil - país de desigualdades dramáticas - ele provoca prejuízos incomensuravelmente mais terríveis do que naquele país europeu. Cada dólar que se deixa de gastar em políticas sociais, em saneamento ou saúde, na Suíça é apenas prejuízo para o Estado, no Brasil, pode representar vidas a menos - uma criança desnutrida que morre de fome ou contaminação, um jovem sem emprego que morre baleado no tráfico e por ai vai.
Como afirma no prefácio deste livro o suíço Jean Ziegler - o famoso inimigo dos bancos que lavam dinheiro - foram essas famílias humilhadas, que vivem na miséria, abandonadas pelos poderes públicos, que, durante anos, pagaram o preço da corrupção e da prevaricação dos políticos que desviam dinheiro para suas campanhas eleitorais e seus próprios bolsos.
Conhecer esta realidade e saber combatê-la é importante para começar a mudá-la.
"O dinheiro é o sangue dos pobres", escreveu o escritor francês Léon Bloy. Os milhões de dólares transferidos por Maluf e escondidos na Suíça com cumplicidade ativa dos banqueiros suíços são o sangue e as lágrimas dos favelados de São Paulo.
Durante mais de trinta anos, Paulo Maluf esteve entre os políticos mais poderosos do Brasil. Seus métodos políticos eram detestáveis. Sua gestão financeira do Estado - depois da cidade de São Paulo - foi catastrófica.
Em São Paulo se concentra o essencial da colossal força econômica e da inteligência criativa do imenso Brasil, porém, nessa megalópole de cerca de 20 milhões de habitantes vivem também milhões de famílias miseráveis, subalimentadas e martirizadas pela ausência de infra-estrutura sociais e sanitárias.
São essas famílias humilhadas, vivendo de "biscates", na mais absoluta miséria, abandonadas pelos poderes públicos, que, durante anos, pagaram o preço da prevaricação e da corrupção de Paulo Maluf.
Autor: Rui Martins.
Editora: Geração Editora.
Gênero:Corrupção na política, Lavagem de dinheiro.
Paginas: 208. Ano: 2005.
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Desde que surgiu na politica brasileira nos anos 70, como presidente da Caixa Econômica Federal, prefeito e governador de São Paulo, com apoio e e conluio com a ditadura militar, Seus opositores sempre o acusaram de desviar recursos públicos, tanto que "malufar" passou a significar exatamente isso. Nunca haviam conseguido provar nada.
Autoritário, egocêntrico, personalista, só foi eleito de fato uma vez-para prefeito de São Paulo, graças aos truques do publicitário Duda Mendonça-e até recentemente era o fortíssimo líder de um grupo que representava a tendencia que assumiu seu próprio nome, o malufismo.
Ele poderia encerrar sua carreira e sua vida, nos próximos anos, sem nenhum problema legal grave, não fossem certas mudanças ocorridas no Brasil e no mundo. As provas começam a surgir. Em setembro de 2005, Maluf e um de seus filhos estavam presos. Por que?
No Brasil, foi decisivo, para isso, o crescimento do poder e da importância do ministério publico, cujas investigações das denúncias puxaram os fios de uma meada que levou a documentos e provas capazes de lançar em completa desgraça a família do político, (como se tivessem vergonha na cara) envolvida por ele próprio em depósitos de fortunas em várias contas no exterior.
No exterior, o ataque de extremistas islâmicos às torres gêmeas, em Nova York, o crescimento do tráfico internacional de drogas- e sua ligação com o terrorismo internacional-levaram alguns governos, principalmente o norte-americano, a pressionar os bancos para conferir maior transparência e determinadas contas na Europa.
Foram as facilidades de cruzamento de dados possibilitado pela evolução da informática, as pressões governamentais junto aos bancos e o fato de, no Brasil, alguns políticos se considerarem, enquanto no poder, donos da coisa pública, sem cuidado com atos ilícitos, que levaram à desgraça de Paulo Maluf.
Este livro de Rui Martins- jornalista brasileiro que vive há décadas na Suiça- não só permite entender por que Paulo Maluf está sendo acusado, como também entender como funciona a lavagem de dinheiro e o sistema de contas secretas nos paraísos fiscais.
Em alguns momento o livro precisa ser bastante técnico, o que poderia até torná-lo enfadonho, mas é exatamente aí-no relato minucioso de coo acontecem as transações e como esse império está ruindo-que reside sua originalidade.
Paulo Maluf - assim como o argentino Menen, os peruanos Montesinos e Fujimori, os russos Pavel Borodine e Serguei Mikailov e o saudita Osama Bin Laden, entre outros - caiu em desgraça não só porque errou e deixou pistas de seus erros, as porque os órgãos internacionais de controle de lavagem de dinheiro estão mais atentos e determinados a combater o crime organizado e a corrupção.
A corrupção política, que vive em concubinato com os corruptores privados - fornecedores de obras e serviços para o poder público - é especialmente dramática no Brasil. Tanto na Suíça como no Brasil o desvio d e recursos do Estado é ética e moralmente condenável, mas sem dúvida no Brasil - país de desigualdades dramáticas - ele provoca prejuízos incomensuravelmente mais terríveis do que naquele país europeu. Cada dólar que se deixa de gastar em políticas sociais, em saneamento ou saúde, na Suíça é apenas prejuízo para o Estado, no Brasil, pode representar vidas a menos - uma criança desnutrida que morre de fome ou contaminação, um jovem sem emprego que morre baleado no tráfico e por ai vai.
Como afirma no prefácio deste livro o suíço Jean Ziegler - o famoso inimigo dos bancos que lavam dinheiro - foram essas famílias humilhadas, que vivem na miséria, abandonadas pelos poderes públicos, que, durante anos, pagaram o preço da corrupção e da prevaricação dos políticos que desviam dinheiro para suas campanhas eleitorais e seus próprios bolsos.
Conhecer esta realidade e saber combatê-la é importante para começar a mudá-la.
"O dinheiro é o sangue dos pobres", escreveu o escritor francês Léon Bloy. Os milhões de dólares transferidos por Maluf e escondidos na Suíça com cumplicidade ativa dos banqueiros suíços são o sangue e as lágrimas dos favelados de São Paulo.
Durante mais de trinta anos, Paulo Maluf esteve entre os políticos mais poderosos do Brasil. Seus métodos políticos eram detestáveis. Sua gestão financeira do Estado - depois da cidade de São Paulo - foi catastrófica.
Em São Paulo se concentra o essencial da colossal força econômica e da inteligência criativa do imenso Brasil, porém, nessa megalópole de cerca de 20 milhões de habitantes vivem também milhões de famílias miseráveis, subalimentadas e martirizadas pela ausência de infra-estrutura sociais e sanitárias.
São essas famílias humilhadas, vivendo de "biscates", na mais absoluta miséria, abandonadas pelos poderes públicos, que, durante anos, pagaram o preço da prevaricação e da corrupção de Paulo Maluf.
Autor: Rui Martins.
Editora: Geração Editora.
Gênero:Corrupção na política, Lavagem de dinheiro.
Paginas: 208. Ano: 2005.
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